domingo, 14 de junho de 2009

Franz Ferdinand

A primeira música que eu ouvi do Franz Ferdinand foi Michael, se não me engano. Nos tempos em que eu tinha tempo e disposição pra ficar sentada em frente à televisão, esperando passar um clipe legal. E lembro que não gostei da música assim, na primeira vez que ouvi. Até porque, na época eu nem era muito informada sobre música e não fazia a mínima ideia de que aquele cara estranho com uma franja mais estranha ainda era o Alex Kapranos.

Pois muito bem. Algum tempo depois ouvi Take Me Out. Dessa sim, eu gostei. Passava FF o tempo todo na televisão, afinal, era o novo hit do momento. Foi assim que eu conheci algumas das músicas do primeiro álbum (Franz Ferdinand, 2004), inclusive The Dark Of The Matinée, minha preferida. Depois os clipes do segundo álbum (You Could Have It So Much Better, 2005) começaram a passar também. Mas fora esses singles que todo mundo já ouviu uma vez na vida, eu nunca tinha ouvido o disco todo.

Só fiz isso no ano passado, quando ouvi de uma vez só os dois álbuns. Achei o primeiro bem estranho, confesso. Quando a gente se acostuma a um som “estável”, que dá pra ser definido, é estranho ouvir algo mais experimental. E de repente me descobri gostando daquilo.

Não é difícil gostar de Franz Ferdinand. Não mesmo. Ele agrada boa parte dos gostos. Por exemplo, se você gosta de uma coisa mais calminha, tem. Se quer uma batida meio punk, tem também. Se quer uma sonoridade estranha e sintética, tem sim. FF tem um som meio psicodélico, uma coisa que te faz bater o pé mesmo que não queira. Um bom exemplo disso é Michael, que eu não gostava e hoje adoro.

Eu tava olhando aqui as categorias em que eles se encaixam e tem art rock, indie rock, post-punk e alternative rock. Nenhuma está errada, mas talvez a mais abrangente seja alternative. Acho que eles já se libertaram do indie.

Há umas duas semanas li na Rolling Stone uma entrevista com os integrantes do Franz Ferdinand. Lá eles diziam que queriam “fugir das guitarras indie”, que tinham feito um som diferente no novo álbum e tudo o mais... Depois de ler isso, fiquei com um pouco de medo de ouvir o álbum novo (Tonight: Franz Ferdinand, 2009) e me decepcionar.

Ouvi anteontem e estou ouvindo agora de novo. Quando a primeira faixa, Ulysses, começou a tocar, eu estranhei de cara. Bom, acho que de tanto achar que seria ruim, eu já tava procurando qualquer defeito pra reclamar. Ouvi armada até os dentes pra poder criticar depois, mas sabe de uma coisa? Eu gostei. Gostei muito.

Eles fugiram mesmo das guitarras. O som está mais sintético, mais alternativo do que indie. Um bom exemplo é Lucid Dreams. Uma música de quase oito minutos onde boa parte é composta por sintetizadores e bateria? Não parece mais indie. É um som experimental, mais eletrônico.

Ouvir uma música desse álbum isoladamente causa mesmo uma estranheza. Você pode até pensar que é meio pop. Mas ouvindo todas, na sequência, dá pra perceber a unidade que elas formam. Gosto de discos assim: que você ouve e não percebe que uma música passou pra outra. Quando todas elas são como uma só. Não no sentido de que todas sejam muito parecidas umas com as outras, mas sim quando você percebe que todas elas pertencem a um conjunto. Contam uma história.

Uma das primeiras coisas que percebi enquanto ouvia esse álbum foi que ainda dava pra reconhecer o Franz Ferdinand de sempre. Mudança boa é essa, quando se arrisca novos sons sem perder a identidade.

3 comentários:

Larissa disse...

Nossa, Franz é muito bom. E minha preferida também é a The dark... Eu passei a gostar (assim como tantos outros artistas) quando vi pela primeira vez suas performances ao vivo. Mas ainda tenho muito o que conhecer desses caras.
Sobre ser chamada de cult, eu não me importo. Só que é tanta denominação nova, sei lá, tipo. Muita coisa ali é rock, e pronto. Pra que tantos sub gêneros?
Gosto de muita coisa tosca também. Às vezes uma banda me conquista sem eu saber que ritmo é aquele... às vezes gosto das bandas mais estranhas, outras vezes não. Às vezes ODEIO uma banda, mas uma música dessa banda me conquista (como o Iron Maiden, detesto a banda, mas amo Wasting Love). É bem relativo.

O folk mesmo, eu sempre gosto de retomar: acho de uma qualidade incrível e amo jovens músicos que trazem ritmos mais antigos, afinal a cena musical atual está precisando. O problema é comigo mesmo... não combino com o ritmo sahuhsuahsu.
E caraca, tenho que ir nessa locadora, pq estou à procura de um filme bem antigo e cult, The Graduate, e não acho na net, muito menos nas locadoras perto de casa.
Assim que der eu passo lá!
bjos
;**

Muni disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Camila Cavalcanti disse...

eu adooooro ele *-*

 

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